22/04/2021 10h04

Trabalhadores da Ceasa realizam ações de arrecadação e doação de alimentos

Alimentos, como verduras, legumes, hortaliças e frutas são arrecadados toda semana em prol das doações.

Trabalhadores urbanos e rurais realizam há anos ações de arrecadação de alimentos no mercado das Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa). As doações são feitas semanalmente e estão destinadas tanto às famílias carentes da cidade de Cariacica quanto às instituições de ajuda aos necessitados. É o caso do projeto “Almoço Solidário”, fundado por Paulo Roberto Moreira.

“O que deu início ao projeto Almoço Solidário foi eu ter ido abrir o restaurante em um dia normal e ter visto uma família comendo lixo – o pai, a mãe e duas crianças”, conta Moreira. Esse foi o estopim para ele fechar o próprio negócio e passar a servir refeições diárias de forma gratuita no seu antigo restaurante. Segundo ele, o projeto começou atendendo 150 pessoas e, hoje, atende cerca de 700 a 1.000 pessoas por dia, produzindo, ao todo, o mesmo número de marmitas. O projeto não conta com patrocinadores específicos. Todo alimento é arrecadado por meio de doações voluntárias de pessoas comuns.

“Nós também temos a ajuda de pessoas da Ceasa que abraçaram o projeto. São pessoas incríveis”, frisa o organizador do projeto “Almoço Solidário”. Paulo Roberto Moreira acrescenta: “atendemos pessoas que sentem fome, que têm vontade de comer: moradores de rua, pais de famílias, desempregados, vendedores de picolé, entre outras pessoas”.

A Ceasa ainda não possui um projeto oficial de doação de alimentos, mas há trabalhadores que se empenham em realizar essa missão. “Antes os alimentos eram destinados aos bairros carentes de Cariacica”, explica Luciano Bragança, profissional responsável pela arrecadação das doações no mercado da Ceasa. Ele destaca que, juntamente com outros trabalhadores, cerca de 2.500 famílias foram alcançadas e receberam cestas de alimentos. Todo o processo de doação de alimento às comunidades carentes era alinhado com o líder comunitário do bairro.

Alimentos, como verduras, legumes, hortaliças e frutas são arrecadados toda semana em prol das doações. Para falar sobre a importância dessas ações, Luciano Bragança relembra uma experiência contada a ele por uma mulher de um bairro carente, no qual ele e colegas realizaram as doações de alimentos. “Ela veio até mim e narrou que um menino foi até ela e disse que na casa dele não tinha arroz nem feijão, mas tinha verduras, ou seja, não havia alimentos na casa do garoto, apenas os alimentos arrecadados na Ceasa”, comenta Bragança.

Atualmente, as arrecadações de alimentos estão voltadas para o Projeto “Almoço Solidário”, que depende das doações para poder ajudar as pessoas a sobreviverem diante do desemprego e da fome causados pela pandemia. No que diz respeito à importância desse projeto na vida dos indivíduos, Cristian Faria, professor de artes marciais e tatuador, é um exemplo de superação e empatia a ser seguido.

Dois meses antes da pandemia, ele se lesionou enquanto treinava um lutador profissional de MMA e ficou impedido de trabalhar em ambos os empregos. Foi a partir daí que ele passou a enfrentar fila do Projeto “Almoço Solidário”, para se alimentar por mais ou menos dois meses. “Passei a enfrentar fila, porque eu estava sem comida por dois meses, todos os dias, direto. Salvou a minha vida. Então, eu falei: ‘vou também cooperar para salvar a vida de alguém’. Para ajudar, pelo menos, para tentar ser útil, já que a vida me deu essa oportunidade de continuar vivo”, relata Cristian Faria.

Quando conseguiu se estabelecer, o professor e tatuador se voluntariou e passou a ajudar as pessoas que dependem do projeto no dia a dia. Emocionado, ele fala do prazer que tem em entregar as marmitas às pessoas e em ver o brilho nos olhares delas ao receberem o alimento. Ele descreve a fome como um “monstro”, ao mesmo tempo em que se trata de um assunto muito delicado: afirma que muitas pessoas têm vergonha por sentirem fome.

Cristian Faria explica que qualquer pessoa pode se dedicar ao projeto, pois o trabalho é realizado de forma voluntária. Ele conta que muita gente ainda acredita que os indivíduos beneficiados pelo projeto são apenas moradores de rua que estão passando necessidade.

Ele cita alguns exemplos de profissões de pessoas que enfrentam as filas diariamente: “As pessoas realmente estão em uma situação muito difícil. Ali tem engenheiro, tem gente que já foi um ídolo da música e agora está ali na fila empurrando um carrinho de papelão reciclável”, conta. Por fim, Cristian Faria descreve o momento impactante de entregar o alimento para as pessoas. “A gente vê o brilho no olhar da pessoa que está recebendo a ‘marmita’ para comer, porque ela estava desesperada desde ontem”, pontua o professor e tatuador.

Para as pessoas receberem o alimento, elas precisam apenas ir ao local do “Almoço Solidário”, esperar a hora de liberar o almoço e a sua marmita.

 

Serviço:

O endereço de distribuição de alimentos do Projeto “Almoço Solidário” é:  rua Dr. Annor da Silva, em Boa Vista II, Vila Velha, ao lado da Universidade Vila Velha (UVV). Os dias de funcionamento são de segunda-feira a sábado, das 7h às 19h, servindo todos os tipos de refeições.

Para contribuir com esse projeto, acesse: https://linktr.ee/Almocosolidario. O Estado do Espírito Santo possui um projeto do Governo chamado ES Solidário, que tem o mesmo propósito de ajudar pessoas que têm passado necessidade durante esse período de pandemia, causado pelo vírus da Covid-19.

Para mais informações, acesse o link: https://coronavirus.es.gov.br/ESsolidario.

 

Informações à Imprensa:

Assessoria de Comunicação da Ceasa-ES

Camille Porto Moura

(27) 3396-1661 e (27) 98849-5626

camille.moura@ceasa.es.gov.br

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