Com a estiagem que afeta o Espírito Santo nos últimos dias os preços dos produtos hortifrutícolas nas Centrais de Abastecimento do Espírito (Ceasa/ES) tiveram alta nos preços. O grupo das hortaliças fruto, hortaliças raiz, tubérculo e rizona tiveram aumento de 17,69% e o subgrupo de folhas, de 10,26%.
O subgrupo das frutas brasileiras apresentou redução nos preços de 11,24% em comparação a janeiro de 2014 e um pequeno aumento nos preços médios frente a dezembro do mesmo ano, influenciado pelo aumento dos preços da banana prata, que nesta comparação subiu mais de 32%.
Segundo dados do Setor de Estatística da Ceasa/ES o chuchu apresentou aumento de (287%) em relação a dezembro de 2014, registrando o maior preço do produto na série histórica do entreposto. Em dezembro teve o preço médio cotado a R$0,31 e em janeiro subiu para R$1,20 o quilo. O tomate teve 80% de aumento. Outros produtos que registram aumento: jiló (70%), vagem (36,97%), quiabo (29,20%), couve (42,11%), e repolho roxo (52,27%).
Com a seca não é só o consumidor que fica no prejuízo, os produtores rurais também sofrem, como é o caso de Joilson Simmer, de Domingos Martins, que comercializa no mercado da Ceasa/ES diariamente. Ele produz laranja, tangerina, pepino, repolho, quiabo e tomate entre outros, e conta que na sua propriedade teve que mudar o modo de irrigação para economizar água. “O tomate que precisa de muita água, eu passei a irrigar com uma pequena quantidade e apenas uma vez ao dia. Outros produtos também precisei economizar na água e acabei perdendo o plantio. A tangerina ponkan que entra em safra nos próximos meses foi prejudicada pelo sol forte e falta de chuva, com isso as frutas não estão conseguindo se desenvolver, e a próxima colheita pode ser prejudicada”, conta Simmer.
O produtor de Santa Maria de Jetibá Lucimar Holz, município que é responsável pela maior contribuição no entreposto central, também teve perda em suas lavouras. “Eu cultivo hortaliças e tive que moderar a minha produção. Deixei de plantar novas mudas pois elas precisam de bastante água para o seu desenvolvimento e devido a isso, na próxima colheita não irei ofertar uma boa quantidade. Com isso tive que aumentar os preços das hortaliças que consegui salvar com a seca para ter um lucro razoável.”, ressalta o produtor.
De acordo com o gerente técnico das Unidades Regionais, Marcos Antonio Cossetti Magnago, o abastecimento capixaba nos próximos meses não irá ter diminuição. “Como alguns produtores não puderam plantar novas mudas por causa da estiagem, os municípios do Espírito Santo podem ofertar menos nos próximos meses. Mas a Ceasa/ES vai buscar uma estratégia para que a oferta não seja prejudicada, como ocorreu nos meses de janeiro e fevereiro de 2014, quando as fortes chuvas afetaram muitos municípios produtores. Naquele período a contribuição do Estado teve uma grande queda e outros estados entraram com uma maior oferta”.
Caso ocorra uma diminuição de oferta por parte dos produtores capixabas, novamente, os estados do Sul do país que não estão sendo prejudicados pela seca irão ajudar no abastecimento capixaba. “O importante é sabermos que o mercado de hortaliças é dinâmico. As plantas demoram poucos dias para se desenvolver e com a previsão de chuva para os próximos dias esse setor de hortaliças folhas tende a se normalizar”, explica o gerente.
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Texto: Rafaely Lyra
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