Técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (IDAF) e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) começarão a se reunir, a partir da próxima semana, com prefeitos de todo o Estado para auxiliar os municípios na montagem de processos de reconhecimento da situação de emergência/calamidade em virtude da grave seca que assola o Espírito Santo. O objetivo é garantir que os procedimentos sejam elaborados de acordo com as normas técnicas para que possam ser mais rapidamente homologados pela Defesa Civil.
Outra medida anunciada pela Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) é a suspensão temporária da proibição do abate de vacas prenhas nos últimos três meses de gestação. A iniciativa atende a um pedido da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (FAES) e de proprietários de frigoríficos e tem a finalidade de minimizar as perdas do setor pecuarista capixaba. A iniciativa permitirá a adequação das propriedades rurais, já que a escassez de chuvas tem diminuído a disponibilidade de alimentos para o rebanho bovino.
O Espírito Santo possui um rebanho total de 2.291.000 cabeças. Dos 143.139 animais abatidos nos frigoríficos com serviço de inspeção estadual 51.942 foram machos e 91.197 fêmeas, o que mostra a importância da medida anunciada pela Seag.
O secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto, já se reuniu com as instituições que operam crédito agropecuário no Espírito Santo (Banco do Brasil, Banestes, Bandes, Banco do Nordeste, Caixa, Sicoob e Cresol) para discutir prorrogação e renegociação de dívidas e abertura de novas linhas de crédito para os agricultores e pescadores. Na próxima semana, será feita também uma solicitação ao Banco Centralpara a prorrogação das parcelas dos financiamentos bancários que estão vencendo no primeiro semestre deste ano.
Neste sábado, o secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto, se reuniu, em caráter emergencial, com diretores e chefes de todos os escritórios regionais do Idaf e do Incaper para discutir novas medidas capazes de amenizar os impactos e prejuízos que vêm sendo registrados pelos produtores rurais capixabas.
Parcerias para superar as perdas
O secretário percorreu alguns municípios esta semana com o objetivo de avaliar os estragos causados pela seca e dialogar com produtores e autoridades municipais. "Precisamos de um esforço coletivo para colocar em prática ações de curto, médio e longo prazo que tenham capacidade de garantir a preservação e recuperação dos recursos naturais, a reservação e a produção de água", afirma Octaciano Neto.
A crise hídrica e a adoção de novas medidas de auxílio aos produtores capixabas também estará na pauta da reunião entre a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, e o governador Paulo Hartung. A ministra chega ao Estado na próxima sexta-feira (30) e o encontro com o governador acontece no Palácio Anchieta, em Vitória.
Na última terça-feira (20), a Secretaria de Estado da Agricultura apresentou as primeiras projeções sobre as perdas registradas nas principais atividades da agropecuária capixaba devido ao forte calor e à estiagem. Segundo os levantamentos feitos pelo Incaper, que está presente em todos os 78 municípios capixabas, as perdas nas lavouras de café variam de 20% a 32%; na produção de leite entre 23% e 28% e na fruticultura entre 20% e 30%.
Tomando como base a produção e o faturamento dos produtores rurais no ano de 2014, o valor das perdas poderão chegar a R$ 1,390 bilhão (R$ 960 milhões cafeicultura; R$ 300 milhões fruticultura; e R$ 130.7 milhões pecuária de leite).
Na olericultura, a oferta do tomate já apresenta significativa
diminuição na Ceasa. No dia 5 de janeiro, a entrada do produto na unidade superou 310.7 mil quilos, enquanto que no dia 19 de janeiro caiu para 229.9 mil kg.
Outras ações
Periodicamente, o Governo do Estado, por intermédio do sistema Seag e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), disponibiliza ações de pesquisa, assistência técnica e extensão rural, projetos e programas direcionados aos produtores rurais capixabas para otimizar o uso dos recursos naturais. Dentre eles, os principais são:
- Tecnologias eficientes de irrigação e condução das lavouras e criações;
- Variedades de plantas mais resistentes a pragas e doenças e à seca;
- Programas de recuperação florestal e ambiental e “produção” de água (Reflorestar, Pagamentos por Serviços Ambientais), onde os produtores rurais recebem recursos financeiros, capacitação, mudas e os insumos necessários para manter e promover a recomposição florestal na propriedade, ampliar a oferta d’água (proteção das nascentes) e adequar a produção em sistemas que aliem produção agropecuária, preservação e recuperação ambiental no mesmo espaço.
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