Foto: Leandro Braga/Vice Governadoria
O Projeto “Elas no Campo e na Pesca” foi lançado nesta quinta-feira (07), em solenidade no Palácio Anchieta, em Vitória. O projeto tem como pilares atuantes o empreendedorismo, a liderança e a autonomia das mulheres rurais. A estimativa é de que o projeto beneficie duas mil trabalhadoras do campo e da pesca de todos os municípios do Espirito Santo. A governadora em exercício Jaqueline Moraes participou do lançamento.
O projeto é coordenado pela Secretaria da Agricultura, Aquicultura, Abastecimento e Pesca (Seag), sob a gestão técnica e operacional do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), com o objetivo principal de promover a visibilidade, a valorização do trabalho feminino e a autonomia econômica e financeira das mulheres por meio da assistência técnica, do acesso ao crédito e às políticas públicas e do apoio ao empreendedorismo, associativismo, cooperativismo e comercialização.
Jaqueline Moraes declarou estar feliz e orgulhosa do legado de visibilidade, empoderamento e união das mulheres que o projeto anuncia. “Acreditem: é a realização de um sonho. Ao abraçar o projeto, o governador Renato Casagrande quebrou um grande paradigma numa sociedade que carrega uma cultura machista. Somos todos ensinados, desde muito cedo, apenas ao pensamento masculino. Essa será mais uma oportunidade para entendermos, juntos, qual o caminho devemos seguir para que consigamos chegar ao equilíbrio social que tanto sonhamos”, afirmou a governadora em exercício.
O “Elas no Campo e na Pesca” foi elaborado tendo como diretriz o Plano Estadual de Políticas para as Mulheres do Espírito Santo (PEPMES) e compõe o Programa “Agenda Mulher”. O projeto terá um investimento de aproximadamente R$ 2 milhões ao longo dos próximos três anos de execução. O valor será repassado pela Seag.
O secretário de Estado da Agricultura, Paulo Roberto Foletto, também falou sobre a importância do projeto: “O Governo sempre deve ter um olhar especial e humano para as mulheres e para a juventude do campo e da pesca. Construiremos juntos parte da nossa felicidade, que é transformar a nossa realidade aos poucos”.
A coordenadora de projetos da Seag, Patricia Ferraz, está à frente do “Elas no Campo e na Pesca”. Ela explicou que o projeto segue linhas estruturadas de ações voltadas para a visibilidade e a valorização do trabalho das mulheres, fomento a autonomia econômica e financeira de grupos produtivos, consultorias e de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) voltada à promoção da melhoria da qualidade e da agregação de valor aos produtos, apoio à formalização e ao desenvolvimento de empreendimentos geridos por mulheres e a inserção de mulheres em políticas públicas, programas e projetos.
Para isso, o projeto “Elas no Campo e na Pesca” foi construído por um grupo de trabalho com representantes do governo e da sociedade civil, atuando no planejamento e na realização das ações, a partir da aplicação e sistematização de um questionário e de reuniões com técnicas e lideranças que atuam na área rural e da pesca.
Patricia Ferraz contou que, desde o início, umas das importantes ações foi a realização de diagnósticos participativos com as mulheres para que elas tivessem a oportunidade de serem escutadas. “Até hoje o trabalho delas é visto como uma atividade secundária e apenas de ‘ajuda’ a quem está próximo. Por este motivo, muitas vezes essas mulheres nem colhem os frutos de seus esforços e nem têm acesso ao recurso deste trabalho de forma justa”, explicou.
A subsecretária de Políticas para Mulheres, Juliane Barroso, lembrou do Plano Estadual de Políticas para Mulheres, que norteia e orienta todas as ações nesse âmbito e fez um agradecimento em nome de todas as mulheres ali presentes.
“Hoje é um dia muito especial. Agradecemos a todos vocês que escolheram um projeto que já deu certo e que já vem fazendo toda a diferença, especialmente por todo o cuidado que estão tendo com as mulheres, a partir de uma escuta qualificada. A gente se depara com uma realidade quando se trata de mulheres, por ser uma política transversal, que engloba saúde, agricultura, segurança, assistência social, economia, entre outros muitos assuntos. Nós, que somos operadores do Estado, temos um dever de casa extremamente importante, o diálogo. Que as mulheres possam administrar e gerar os recursos de seus trabalhos para além dos seus parceiros de vida”, disse.
O grupo de trabalho é composto pelos seguintes parceiros: Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Sebrae, Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (Mepes), Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Ministério da Agricultura, Secretarias Municipais de Agricultura de Alegre e de Santa Teresa, Secretária da Saúde (Sesa), Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Espírito Santo (Fetaes), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Cooperativa dos Cafeicultores do Sul (Cafesul), Associação dos Pescadores Artesanais de Porto de Santana e Adjacências (Apaps), Associação de Pescadores de Jacaraípe (Aspej) e a Colônia de Pesca de Vila Velha.
O projeto encontra-se estruturado em rede e conta com técnicos em cada município do Estado, sendo eles do Incaper, Idaf, Secretarias Municipais de Agricultura, Sindicatos de Produtores Rurais e Sindicato de Trabalhadores Rurais.
A presidente da Apaps, Rosinéia Pereira Vieira, se disse emocionada com a iniciativa do Governo: “Sinto que pela primeira vez em toda a nossa história alguém nos ouviu e nos enxergou. Já esperávamos esse apoio, mas ele nunca vinha até nós”, contou.
O diretor-técnico do Incaper, Nilson Araujo Barbosa, exaltou o protagonismo das mulheres nas mais diversas áreas e cadeias produtivas. “Paralelo a isso, o Estado vem como um grande aliado para reforçar e potencializar essa realidade. A presença feminina no meio rural torna-se, cada vez mais, uma grande marca de poder quando se fala em desenvolvimento da agricultura no Espírito Santo”, lembrou.
Membro da Associação de Mulheres Empreendedoras da Agricultura Familiar de Vila Pontões, em Afonso Cláudio, Josani Bissoli, tratou da expectativa para o trabalho do projeto. “Era tudo o que nós precisávamos. Era tudo o que a gente sentia que, talvez, não pudesse chegar até nós: sermos olhadas com tanto carinho”, disse.
Ações do “Elas no Campo e na Pesca” em 2019:
- 1° Campanha e realização das inscrições de mulheres rurais e da pesca no edital da CNH Social: 203 mulheres rurais e da pesca inscritas;
- 11 reuniões para capacitação dos técnicos do Incaper, Idaf, Sindicatos e Secretarias Municipais de Agricultura para atuação no projeto em todas as regiões do Estado: 264 técnicos, sendo 86 do Incaper.
- 45 mulheres capacitadas em três cursos “Mulheres Empreendedoras”, (SEBRAE) (Santa Teresa, Muqui e Iconha);
- 30 mulheres capacitadas em dois cursos “Mulheres em campo” (SENAR) (Alegre, Ibatiba e Itapemirim);
- 11 mulheres capacitadas em oficina de Produção de biscoitos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE):
- Seis palestras sobre o projeto para agricultoras e pescadoras (São Roque do Canaã, Linhares, Vitória, Boa Esperança, Presidente Kennedy, São Roque do Canaã, Ibatiba)
- 17 mulheres atendidas em excursão técnica em floricultura (Anchieta)
- Realização de 30 mamografias para pescadoras de Itapemirim;
- Realização de uma oficina “Cores da Terra” para 15 mulheres em Mantenópolis
- Realização do 1º Encontro de Planejamento “Elas 2020” em Linhares.
Texto: Tatiana Toniato Caus
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