11/06/2019 13h15 - Atualizado em 11/06/2019 13h26

Mulheres ocupam mais espaços na agricultura

A luta por mais espaço no mercado de trabalho tem inserido cada vez mais as mulheres nos empreendimentos agrícolas do Estado. Seja na linha de frente da produção, seja em funções administrativas e técnicas, elas são peças importantes nas cooperativas, empresas e associações rurais.

O último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o total de estabelecimentos agrícolas brasileiros com mão de obra feminina cresceu de 12,7% para 18,6%, entre 2006 e 2017.

Nos últimos anos, as trabalhadoras têm se organizado e conseguido imprimir um ritmo de trabalho diferenciado e de qualidade, graças ao aumento de oportunidades educacionais no campo, do crescimento da agricultura e da quebra de estigmas sociais. Hoje,as mulheres participam de todas as fases de produção, do plantio à venda.

É o que explica a agente de desenvolvimento humano da Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Espírito Santo (Cafesul), Natércia Bueno Vencioneck. “Não se via mulher trabalhando nas cooperativas. Só os homens faziam essa função. Só os homens iam nas assembleias e participavam de palestras e eventos. A gente trabalha para despertar e estimular as mulheres a escreverem uma nova história”. Hoje, os maridos incentivam as mulheres a participar junto com eles, disse.

Com o crescimento da agricultura, principalmente, a agricultura familiar, que abrange cerca de 80% da produção agrícola capixaba, as mulheres rurais passaram a desempenhar outras funções nos agronegócios de suas famílias.

“Muitas entraram em uma fase em que podem desempenhar outras atividades para diversificar a renda da propriedade. Algumas mulheres negociam os preços dos produtos e gerenciam os negócios, já outras gostam de trabalhar na lavoura”, afirmou a agente.

Valorização da mulher

Desde o início da gestão, a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) vem construindo coletivamente as pautas e estratégias de ação para os setores rurais do Estado. E na última semana, na sede da Secretaria, em Vitória, foi a vez de ouvir e planejar ações para a valorização e empoderamento das mulheres rurais.

A reunião de estruturação discutiu um projeto voltado às mulheres rurais e da pesca e foi marcada pela construção de uma política pública de desenvolvimento conjunto. A ideia é valorizar as áreas de atuação de cada mulher e aumentar a participação delas nos setores rurais por meio da diversificação de renda, empreendedorismo e agregação de valor.

Segundo Natércia Vencioneck, a aproximação com as mulheres nesse momento mostra o compromisso da Seag em criar ambientes democráticos, ouvindo os diferentes setores.

“Vejo que a Seag vem buscando dar voz as mulheres que querem fazer a diferença na agricultura. Percebo a preocupação da Secretaria com o desenvolvimento das mulheres de todos os setores do agro. É preciso buscar novas formas de produção e gerenciamento, ofertando bons produtos com valor agregado. A oportunidade é essa! União e pensamento positivo!”, destacou.

O secretário de Estado da Agricultura, Paulo Foletto, conversou com as mulheres e disse que é hora de mostrar o potencial agrícola das nossas trabalhadoras em toda sua amplitude.

“A mulher de hoje é o sustentáculo da família, da agricultura familiar. As famílias estão avançando cada vez mais e se tornando grandes agroindústrias familiares. E as mulheres estão inseridas nessa transição. Elas plantam, colhem, vendem, pescam e administram. Queremos incentivar a participação e criar mais mecanismos de potencialização do trabalho desenvolvido por nossas produtoras”, ressaltou Foletto.

Estiveram presentes na reunião as representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Movimento Sem Terra (MST), Instituto de Defesa Agropecuária do Espírito Santo (Idaf), Seag, Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper), Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa/ES), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Espírito Santo, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Sistema OCB-ES, Secretarias Municipais de Agricultura, associações e cooperativas.

Capacitação 

O Ifes conta com seis campi agrícolas, que oferecem cursos de nível técnico e superior específicos para a agricultura e agropecuária. Ofertando cursos de agronomia, agroecologia e agropecuária, por exemplo, os institutos federais criam mão de obra qualificada.

Os campi Alegre, Centro-Serrano, Itapina, Montanha, Santa Teresa e Venda Nova do Imigrante têm mais de dois mil alunos, sendo 997 estudantes mulheres. Os dados são referentes ao 1º semestre letivo deste ano. Boa parte desses jovens é de famílias da agricultura familiar e busca na capacitação uma forma de ajudar o negócio de sua família a crescer.

Para o subsecretário de Aquicultura, Pesca e Desenvolvimento Rural Sustentável, Michel Simon, essas instituições geram oportunidades para as novas gerações de agricultoras e agricultores familiares por meio do conhecimento e da difusão de tecnologia.

“Com conhecimento e tecnologia, os jovens tendem a encarar o campo como uma possibilidade de geração de renda com qualidade de vida. Paralelamente, elas também têm auxiliado em um dos temas principais na agricultura:  a sucessão familiar”, pontuou.

Produtoras na Ceasa/ES

Na Ceasa/ES, em Cariacica, 2.700 produtores cadastrados são responsáveis pela comercialização e distribuição de alimentos diariamente. Desse total, 350 são mulheres. Número que, segundo o diretor-presidente das Centrais, Carlos Rafael, pode aumentar.

 “As mulheres estão conquistando cada vez mais o seu espaço. E não está sendo diferente no agronegócio. A cada dia vemos mais mulheres na Ceasa/ES, movimentando a economia. Elas atuam nas vendas, auxiliam no transporte dos hortigranjeiros e gerenciam empresas”, contou.

Umas das mulheres que trabalha na Ceasa/ES é Elizia Foesch Krause, produtora rural de Santa Maria de Jetibá, assim como sua mãe, primas, tias e avós. Ela começou na agricultura trabalhando na lavoura, mas hoje trabalha comercializando os produtos da família na Central de Abastecimento.

Para ela, o segredo para ser bem-sucedida é amar o que faz. “Eu tenho orgulho de ser produtora rural e ajudar no sustento da minha família. Venho para cá, tenho o respeito dos meus colegas de trabalho, vendo os meus produtos e ganho o meu dinheiro”, comentou.

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Texto: Carlos Pereira

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